
Na maior favela do Brasil, a Rocinha, localizada na zona sul do Rio de Janeiro e com mais de 70 mil moradores, nasceu um projeto que vem mudando vidas. Chamado de “Horta na Favela”, ele foi criado por Flávio Gomes, de 50 anos, um morador da própria comunidade que, um dia, viu sua família ser considerada a mais pobre da Rocinha.
O projeto teve início em 2017, com o objetivo de unir sustentabilidade, educação e combate à fome. Flávio conta que sempre quis oferecer um novo olhar para a comunidade. Por isso, além de plantar hortas em espaços improvisados, ele também desenvolveu tanques para criação de tilápias, um peixe de água doce, fácil de reproduzir e rico em proteína. A ideia é simples, mas poderosa: ensinar as famílias que é possível produzir seu próprio alimento e melhorar sua nutrição com poucos recursos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está muito abaixo do nível ideal de consumo de proteína. E é exatamente aí que o projeto entra como solução prática e acessível. A ONU estima que cerca de 3 mil famílias vivem abaixo da linha da pobreza só na Rocinha, e Flávio quer mudar essa realidade com ações concretas. “Se eu soubesse o que sei hoje, minha família não teria saído no jornal como a mais pobre da Rocinha”, afirma ele com convicção.
O “Horta na Favela” é mais do que um projeto social. É um exemplo de superação, onde quem um dia sentiu fome agora planta esperança e colhe dignidade. Em um Rio de Janeiro onde mais de 2 milhões de pessoas vivem em favelas, iniciativas como essa mostram que é possível transformar o presente com ações locais e simples, mas de enorme impacto.
Fonte: SIC Notícias