Comissão Europeia prevê perda de 1,6 milhão de trabalhadores e destaca a imigração como recurso crucial.
A crise de mão de obra em Portugal se intensifica, conforme as projeções alarmantes da Comissão Europeia, que estima uma redução significativa na população em idade ativa para o trabalho até 2050. Segundo o Ageing Report 2024, a população portuguesa entre 25 e 64 anos representará apenas 49,5% do total, uma queda acentuada em relação aos 58,4% registrados em 2022.

O declínio demográfico é evidente ao longo das décadas, com previsões que indicam uma queda para 56,2% em 2030, 52,1% em 2040 e, finalmente, 49,6% em 2070. Isso representa a perda de 1,6 milhão de trabalhadores, passando de 6 milhões em idade ativa em 2022 para 4,7 milhões em 2050 e 4,4 milhões em 2070.
O Ageing Report 2024, que analisa a mão de obra, a sustentabilidade das aposentadorias e a saúde na União Europeia, destaca o impacto desse declínio na dinâmica econômica. A expectativa de vida em Portugal está em ascensão, atingindo 86 anos para homens e 90 anos para mulheres. No entanto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mostra uma trajetória oposta, com uma queda de 1,8% em 2022 para 0,7% em 2030 e uma recuperação modesta para 1,1% em 2070.
Em meio a esse cenário desafiador, a imigração surge como uma peça-chave para mitigar os efeitos da crise de mão de obra. Mais de 400 mil brasileiros com autorização de residência em Portugal contribuem significativamente, representando 70% da maior força de trabalho estrangeira no país. O saldo migratório positivo de 86.889 pessoas em 2022, mantido pelo sexto ano consecutivo, destaca a importância da imigração para sustentar a economia e preencher lacunas demográficas.

Enquanto Portugal enfrenta esses desafios demográficos, a necessidade de políticas e estratégias voltadas para a atração e integração de imigrantes torna-se crucial. O país está diante de uma encruzilhada que exige ações efetivas para garantir um futuro econômico sustentável e equilibrado.
Fonte: O Globo.