Publicado em: 18/11/2024 às 20:07:15
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Recentemente, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso celebraram uma decisão histórica: a condenação da portuguesa Adélia Barros por racismo. Este marco foi resultado de um caso que abalou muitos em 2022, quando os filhos do casal, Bless e Titi, foram vítimas de racismo enquanto estavam com os pais na Costa da Caparica, Portugal. Em um texto publicado em suas redes sociais nesta sexta-feira (15), o casal compartilhou a relevância desse desfecho.
“Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal”, expressaram Giovanna e Bruno, destacando a importância dessa sentença em um país com forte influência histórica da escravidão.
Adélia Barros foi condenada pelo Tribunal de Almada a oito meses de prisão, pena que será cumprida em liberdade condicional por quatro anos, desde que não reincida no crime. O casal reconheceu que sua visibilidade e privilégio como brancos contribuíram para que a justiça fosse feita, mas reforçaram o compromisso com a luta antirracista: “Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta.”
Em 30 de julho de 2022, durante um almoço em um restaurante em Portugal, Bless, Titi e turistas angolanos que estavam no local foram alvo de ofensas racistas por parte de Adélia. As palavras de ódio a negros, como “pretos imundos” e a exigência de que retornassem à África, geraram indignação. Giovanna reagiu imediatamente e enfrentou a agressora, enquanto Bruno chamou a polícia. A mulher foi detida no local e, agora, enfrenta consequências legais.
Além da pena de prisão condicional, Adélia foi condenada a pagar uma indenização de 14 mil euros por danos morais e 2500 euros à associação SOS Racismo, além de submeter-se a tratamento para o alcoolismo. A sentença é simbólica: é a primeira vez que a lei portuguesa condena alguém por racismo dessa forma.
Giovanna e Bruno enfatizaram que, embora esta seja uma vitória, a luta contra o racismo continua. “Mais uma vez agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e a de nossos amigos portugueses. E mais uma vez devemos dizer que precisamos seguir vigilantes, pois o racismo segue diminuindo, ferindo, matando. E não podemos esmorecer diante dele.”
Casos como este ressaltam a importância da conscientização, do apoio público e da mobilização para a igualdade racial. Esta condenação histórica em Portugal é um passo importante na longa caminhada pela justiça e igualdade. O exemplo do casal Ewbank-Gagliasso e de todos os que os apoiaram prova que, juntos, é possível enfrentar o racismo e mudar a realidade para melhor.
Fonte: Portal G1
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