Publicado em: 02/02/2024 às 19:57:37
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Nos últimos meses, a comunidade brasileira em Portugal tem enfrentado desafios significativos devido aos atrasos na emissão de documentos pela recém-criada Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Três meses após a estreia da agência, mais de 350 mil processos pendentes geram preocupação entre trabalhadores brasileiros, que relatam receios em relação à perda de emprego e prejuízos com viagens canceladas. Este artigo examina as histórias de brasileiros que estão vivenciando a incerteza e as dificuldades decorrentes dos atrasos na burocracia imigratória em Portugal.
Atrasos e Desespero: Caroline Lima, trabalhadora da área de tecnologia da informação no Porto, compartilhou sua angústia ao esperar pela autorização de residência. Com mais de 85 dias desde a entrevista na AIMA, o processo que deveria ser concluído em 90 dias úteis ainda está em análise. O medo de perder o emprego paira sobre Lima, que destaca a importância da autorização para suas viagens a trabalho.
Da mesma forma, a engenheira civil Alaíde Rodrigues, residente em Lisboa há nove meses, relata a espera de seis meses pela autorização de residência. Mesmo cumprindo todas as exigências legais, Rodrigues enfrenta obstáculos em diversas áreas de sua vida, desde viagens até questões financeiras, devido à morosidade na emissão do documento.
O gerente de contas André Valente, integrante do grupo afetado pela demora, decidiu desistir da espera e está deixando Portugal em direção aos Estados Unidos. Ele destaca as dificuldades em agendar na AIMA, criticando a arcaicidade do sistema e a falta de vagas desde a criação da agência.
Promessas e Realidade: Em outubro de 2023, o presidente da AIMA, Luís Goes Pinheiro, prometeu resolver as pendências documentais em 18 meses. No entanto, a realidade dos brasileiros afetados contrasta com essa promessa, enquanto os processos continuam estagnados e a agência permanece em silêncio diante das solicitações de esclarecimento.
O governo português tentou aliviar parte dos problemas ao ampliar a validade dos documentos de permanência expirados até junho de 2024, mas a condição de comprovação de agendamento para renovação limita seu alcance e não abrange a todos os afetados.
Conclusão: A situação enfrentada pelos brasileiros em Portugal destaca a urgência de uma solução para os atrasos na burocracia imigratória. O impacto direto nas vidas desses trabalhadores, seja na esfera profissional ou pessoal, evidencia a necessidade de uma abordagem mais eficiente e ágil por parte da AIMA. Enquanto os brasileiros aguardam respostas e soluções concretas, a incerteza persiste, ressaltando a importância de um diálogo transparente entre as autoridades migratórias e a comunidade afetada.
Fonte: O GLOBO
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