Imigração: Portugueses Preferem Outros Destinos

Brasil deixa de ser a escolha principal para jovens profissionais portugueses, aumentando a crise de mão de obra e impulsionando a imigração em Portugal

À medida que se aproximam as eleições para o Parlamento em 10 de março, Portugal enfrenta um desafio crescente: conter o êxodo de jovens profissionais em busca de oportunidades além das fronteiras nacionais.

A dinâmica tradicional de imigração entre Brasil e Portugal está mudando. Anteriormente, brasileiros desembarcavam em terras portuguesas em busca de emprego, enquanto portugueses exploravam o Brasil em busca de melhores salários. No entanto, a tendência agora aponta para uma mudança de preferências, deixando o Brasil em segundo plano.

Os Destinos em Alta: Europa é a Escolha Preferida

Os jovens portugueses agora direcionam seu olhar para destinos europeus como Suíça, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Holanda. A proximidade geográfica e a remuneração em euros são fatores decisivos nessa escolha. Em 2022, dos milhares de portugueses que deixaram o país, apenas 562 escolheram o Brasil como destino, classificando-o como a 12ª nação de preferência para os imigrantes portugueses.

Crise Demográfica e Êxodo Profissional: Desafios para Portugal

Uma estimativa do Observatório da Emigração revela que 30% dos nascidos em Portugal entre 15 e 39 anos emigraram, totalizando 850 mil indivíduos entre os 2,1 milhões de portugueses vivendo no exterior. A crise demográfica e o êxodo profissional apresentam desafios significativos, especialmente na área da saúde.

Êxodo na Saúde: Enfermeiros na Linha de Frente

A classe dos enfermeiros destaca-se, recebendo quase 1,7 mil pedidos de declarações para trabalhar fora de Portugal em 2023, 527 a mais que no ano anterior. A falta de mão de obra no Serviço Nacional de Saúde (SNS) tornou-se um problema crítico, levando a Ordem dos Enfermeiros a pedir aos partidos políticos medidas urgentes para conter o êxodo.

Soluções Propostas e Desafios Futuros

A Ordem dos Enfermeiros propõe acordos políticos na área da saúde para conter o êxodo profissional. A busca por estrangeiros, principalmente brasileiros, surge como uma solução para preencher lacunas de mão de obra no país. No SNS, brasileiros constituem a maioria dos profissionais imigrantes, com pouco mais de mil contratados, representando 25% do total de 4.055 estrangeiros no quadro.

Portugal enfrenta um desafio duplo: manter seus jovens profissionais em solo nacional e, ao mesmo tempo, preencher as lacunas de mão de obra. As eleições ao Parlamento em março se tornam cruciais para moldar o futuro do país diante desses desafios crescentes.

Fonte: O Globo.