Publicado em: 08/02/2024 às 16:23:52
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Às vésperas do aguardado Carnaval, a cidade de Lisboa enfrenta um impasse entre a câmara municipal e os blocos brasileiros que ameaça a realização dos tradicionais desfiles de rua. Os blocos, organizados sem fins lucrativos, pleiteiam a gratuidade para o acesso às ruas, enquanto a prefeitura insiste na cobrança de taxas e em exigências que resultaram no cancelamento de sete cortejos e concentrações.
Os custos para os blocos brasileiros, conforme informado pela União dos Blocos de Carnaval de Rua de Lisboa, ultrapassam os € 20 mil (R$ 106 mil), abrangendo despesas com policiamento, seguro, banheiros e licenças municipais. Apesar de um abaixo-assinado com duas mil assinaturas e do apoio da Embaixada do Brasil em Lisboa, as demandas da prefeitura persistem.
O Baque do Tejo, integrante da União, expressou a necessidade de contribuições para o desfile em Lisboa, destacando as crescentes exigências da prefeitura. O antropólogo Miguel Dores, representante do Baque do Tejo, revelou que uma reunião recente resultou em mais requisitos, incluindo a demanda por um seguro de acidentes pessoais aparentemente inexistente para o público estimado.
Dores denunciou orçamentos de segurança exorbitantes, elaborados pela Polícia de Segurança Pública, e a falta de diálogo político na busca por soluções. Com a iminência do carnaval, os blocos aguardam orçamentos finais das taxas, ponderando sobre possíveis manifestações gratuitas ou trajetos informais, caso as autorizações não se concretizem.
A situação também levanta questionamentos sobre a gentrificação do espaço público em Lisboa, com a diretora da Colombina Clandestina, Andréa Freire, alertando para as dificuldades crescentes desde 2020. O debate sobre a preservação do espaço público ganhou destaque, enquanto a prefeitura, até o momento, não se pronunciou sobre a controvérsia.
A crise imobiliária na cidade, iniciada em 2011, também é destacada, e o Fórum de Integração Brasil Europa trouxe o tema à tona em um programa recente. A diretora da Colombina Clandestina questionou a burocracia que impede a realização dos cortejos sem patrocínio, enquanto a cidade enfrenta a possibilidade de perder a oportunidade de se tornar a capital europeia do carnaval brasileiro.
O impasse persiste, e a resposta da prefeitura de Lisboa é aguardada enquanto o carnaval se aproxima. O destino dos tradicionais desfiles de rua permanece incerto, deixando a população e os turistas ansiosos pela resolução desse embate.
Fonte: O Globo.
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