Terremoto Levanta Questões sobre Estratégia de Alerta em Portugal

Publicado em: 28/08/2024 às 09:23:46

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Um terremoto de magnitude 5,3 que ocorreu recentemente em Portugal deixou em evidência falhas na comunicação de emergência do governo. A informação em tempo real sobre o evento foi fornecida por um aplicativo do sistema Android, que notificou os usuários às 5h11, exatamente no momento do tremor. No entanto, muitos cidadãos, incluindo brasileiros que estavam no país, lamentaram a falta de um alerta oficial imediato das autoridades.

Especialistas e autoridades destacam a necessidade de uma comunicação mais eficiente e ágil em situações emergenciais. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) emitiu sua primeira mensagem cerca de 50 minutos após o terremoto, justificando que os critérios do evento não se encaixavam nos parâmetros de um plano de emergência para áreas como Lisboa e Algarve. Os órgãos responsáveis alegaram que o tempo de meia hora para apurar as informações foi considerado rápido.

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Além disso, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) enfrentou dificuldades de acesso ao seu site, recebendo cerca de 15 mil mensagens, e só fez uma publicação no Facebook perto das 7h. Os bombeiros também foram inundados com pedidos de informações. António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros, sugeriu que um SMS informativo poderia ter sido enviado para esclarecer a situação à população.

Duarte Caldeira, presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, admitiu à “Agência Lusa” que os serviços públicos muitas vezes ficam sobrecarregados em situações de emergência. Ele observou que, mesmo utilizando tecnologias semelhantes, os serviços públicos não conseguem reagir com a mesma rapidez que as iniciativas privadas. Caldeira ressaltou que a maioria da população foi alertada pelo sistema Android e defendeu a adoção de mensagens SMS pelo governo para informar a população em situações de emergência.

“Os alertas SMS já foram testados em relação aos incêndios florestais, mas ainda não fazem parte da estrutura de aviso à população. É hora de refletir sobre a possibilidade de expandir esse sistema para todas as circunstâncias de emergência”, concluiu.

Fonte: Portugal Giro O Globo