Ultradireita usa pacote anti-imigração para chantagear governo de Portugal

Publicado em: 22/08/2024 às 11:40:51

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Recentemente, o cenário político em Portugal tem sido marcado por uma polêmica envolvendo a imigração e a pressão da extrema direita sobre o governo. O partido de extrema direita Chega, que atualmente é a terceira maior força no Parlamento, está tentando usar a questão da imigração como uma forma de chantagear o governo na aprovação do orçamento de 2025.

O Chega, liderado pelo deputado André Ventura, propôs um plebiscito para janeiro com duas perguntas cruciais: limitar a entrada anual de imigrantes e criar cotas para estrangeiros que possam trabalhar em setores carentes da economia portuguesa. Além disso, o partido sugere revisar os subsídios pagos aos imigrantes, alegando, de forma equivocada, que os estrangeiros dependem demais desses apoios, quando na verdade eles são contribuintes importantes para a Segurança Social.

Outra proposta do Chega é aumentar o orçamento destinado ao controle das fronteiras, reforçando a fiscalização da entrada de imigrantes no país.

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Essas propostas colocam o governo português em uma situação difícil. O Partido Social Democrata (PSD), que lidera o governo, não tem maioria suficiente para aprovar o orçamento sozinho e, portanto, poderia precisar dos votos do Chega. No entanto, isso significaria abrir espaço para a agenda ultradireitista, algo que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, havia prometido evitar.

Enquanto essa disputa política continua, a imigração em Portugal enfrenta outro desafio: uma greve parcial da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Os funcionários da agência, responsáveis por processar os pedidos de imigração, iniciaram uma paralisação que deve durar quatro meses, complicando ainda mais a situação de mais de 400 mil processos pendentes.

O futuro dessas propostas e o impacto da greve na vida dos imigrantes em Portugal são incertos, mas o debate em torno da imigração promete continuar sendo um tema central no cenário político do país.

Fonte: O GLOBO – Portugal Giro.